Pouco mais de seis anos após o início de sua carreira no MMA, que inclui apenas uma derrota, Kayla Harrison (18-1 MMA, 2-0 UFC) viu o próprio sangue pela primeira vez em uma luta. A responsável por isso foi Ketlen Vieira (14-4 MMA, 8-4 UFC).
No entanto, isso não significa que Harrison esteve em perigo contra a brasileira na luta pelo peso-galo feminino, que abriu o card principal do UFC 307 no Delta Center, no último sábado. Ela dominou a luta, vencendo por decisão unânime, com dois juízes marcando 30-27. Mas o sangue foi uma novidade.
"Isso me pegou de surpresa, não vou mentir", disse Harrison ao MMA Junkie e outros repórteres na coletiva pós-luta. "Dezenove lutas e eu nunca tinha visto meu próprio sangue no cage. Mas foi bom."
Harrison, bicampeã olímpica de judô, estava apenas em sua segunda luta no UFC. Ela entrou para a organização no início deste ano, após passar toda a sua carreira no MMA no PFL, onde venceu duas temporadas milionárias.
Ela afirmou que ser testada por Vieira, lutadora que acredita poder vencer Julianna Peña ou Raquel Pennington, co-lutadoras principais do UFC 307, pode ser o impulso que precisava.
"Sinto que vou crescer com isso hoje à noite", disse Harrison. "É uma grande oportunidade de aprendizado para mim, e amanhã, vamos voltar para casa, rever a luta e analisá-la. Amanhã é um novo dia – e tenho muito espaço para melhorar."
No co-main event, Julianna Peña (13-5 MMA, 8-3 UFC) surpreendeu Raquel Pennington (16-10 MMA, 13-6 UFC) e reconquistou o título dos pesos-galo, cerca de dois anos depois de perdê-lo para Amanda Nunes.
Embora a luta entre Harrison e Vieira tenha sido considerada uma eliminatória entre as principais candidatas, Peña disse na coletiva pós-luta que espera que Nunes saia da aposentadoria para uma terceira luta entre as duas. Elas estão empatadas com uma vitória cada.
Naturalmente, Harrison pode achar o momento estranho. Ela quer uma disputa de título contra a nova bicampeã Peña, mas, se precisar continuar lutando antes disso, ela está disposta.
"Acredito que há atletas, há artistas e há lutadores. E, às vezes, você tem que cavar fundo. É isso que um lutador faz", disse Harrison. "... Lutadores lutam. Quando você é o melhor do mundo, você é o melhor do mundo. Não importa quem eu enfrente. Sou a rainha sem coroa. Se tenho o cinturão ou não, ainda sou a melhor do mundo. Eu lutaria – não importa quem seja. Pode preencher a lacuna. Eu digo isso de coração. Não acho que haja alguém no mundo que possa me vencer agora."
E ela espera que esse seja o diferencial para se tornar campeã no UFC.
"Já fiz coisas incríveis na minha carreira. Quero que essa seja mais uma grande conquista", disse Harrison. "Sei que não tenho muito tempo restante como atleta, então quero aproveitar ao máximo enquanto posso. Tenho uma longa lista de coisas que quero fazer no UFC, então vamos atrás desse título."
Comments